Segundo Nuno Melo, jovens delinquentes ganhariam com a formação das Forças Armadas. Acho que ganharíamos todos. Acontece que há quem faça o serviço militar obrigatório para depois chegar cá fora e se ver envolvido em esquemas criminosos com luvas e submarinos, para não falar em financiamentos ilícitos à Jacinto Leite Capelo Rego. Há até quem assine resoluções de bancos na praia, enquanto degusta um cocktail com um mini-guarda-sol e fruta na borda, sem ler as letras pequenas. Ou as grandes. Ou qualquer letra. Se a tropa poderia ter feito alguma coisa por isto? Não sei. Mas três meses na solitária sempre dariam para reflectir sobre o sentido da vida.
Acontece que os quartéis das Forças Armadas não são centros de reabilitação para criminosos juvenis. Ou para aspirantes, como aqueles que enxameiam alguns partidos desde tenra idade. Eu, no lugar de Melo, alargaria a proposta aos jotas desses partidos, que mais do que delinquentes menores, são autênticos formandos em tráfico de influências, fraudes variadas ou corrupção activa e passiva. Talvez, mas só talvez, se a delinquência de colarinho branco fosse combatida desde cedo, pelos partidos políticos que a promovem ao invés de a combater, porque lhes é útil usufruir de uma milícia de pequenos trafulhas, muitas vezes sem idade para ser responsabilizados pelo que quer que seja, não tivéssemos que levar com ideias peregrinas de transformar as Forças Armadas em casas de correcção.